Hello, Guys! Tudo bem com vocês? 🥰
Crianças dos anos 90 (olha eu aqui) cresceram assistindo ao filme Matilda. Esse já se tornou um clássico da nossa geração! Inspirado na obra de Roald Dahl, a adaptação cinematográfica marcou a infância de muitas pessoas. Quem aí lembra da famosa cena do bolo de chocolate?
A história da inteligente menina que adorava ler surgiu nas páginas, depois tornou-se um musical da Broadway, foi adaptada para os cinemas e agora, em 2022, será adaptada novamente pela Netflix!
Em comemoração, a editora Record – pelo selo Galera Record, republicou a obra original com uma nova roupagem! E é dela que vamos falar hoje!
Título: Matilda
Autor: Roald Dahl
Editora: Galera Record
Skoob: Adicione
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Sinopse: Matilda é uma garotinha esperta e inteligente, mas seus pais acham que ela não passa de uma grande chateação. Todos os dias ela fica horas na biblioteca, devorando um livro atrás do outro enquanto os pais preferem ficar assistindo à televisão. Eles acham estranho demais uma criança gostar tanto de ler, e, por isso, Matilda sonha que na escola as coisas sejam diferentes, mas o que encontra é ainda mais problemas e uma diretora que odeia crianças. Até que descobre um novo superpoder ― além da leitura.Estrelinhas: ⭐⭐⭐⭐⭐❤️
Matilda ganhou meu coração
Matilda é uma menina extremamente inteligente. Com apenas 4 anos ela já sabe ler Charles Dickens, por exemplo. Porém, toda a sua sabedoria é descartada pela família, que a trata muito mal e constantemente a chama de burra.
O pai dela vende carros e aplica golpe nas pessoas. Sua mãe está interessada somente em beleza. O irmão é dado como extremamente inteligente (será?). A família endeusa a televisão. Eles dizem que os livros não levam a nada.
Diante desse cenário é impossível não se identificar com a personagem principal. Afinal, somos leitores e entendemos as dores de Matilda. Quem nunca ouviu que os livros não levam a lugar nenhum?
Certa vez ouvi de uma amiga (Ju Topanotti) que ela se conecta com os personagens através da dor. Isso fez muito sentido para mim. Passei a perceber que comigo funciona da mesma maneira. Esse é o motivo de ter me apegado tanto à história. A vontade que eu tinha durante a leitura, era de me tornar amiga da Matilda – assim como a professora Mel, e dizer que tudo ficaria bem.
Essa também foi uma personagem que gostei muito de conhecer. Mel tem um background bem interessante – do qual eu não me lembrava (ou talvez não seja retratado no filme). Porém, ao mesmo tempo que adorei conhecer a senhorita Mel, acredito que uma cena em específico possa ser um pouco preocupante, considerando que o público é infanto-juvenil.
Vamos a contextualização: após um dia difícil da escola, Mel convida Matilda para ir até a sua casa tomar chá. Ela, que é uma criança sem nenhum carinho ou afeto, aceita. E é essa parte que me incomodou. Nem sempre teremos senhoritas Mel convidando Matildas para sua casa com boas intenções. Então, acredito que seja necessário ter uma conversa com a criança com relação à essa parte do livro. Afinal, todo cuidado é pouco.
A história de Matilda ganhou me coração. Li as 252 páginas em um único dia – o que é muito para mim. Foi impossível largar a história sem descobrir o que aconteceria no final. Nas últimas páginas fiquei com a sensação de que a narrativa ficaria atropelada, pois ainda faltavam diversas coisas a serem resolvidas. Porém, o autor finalizou o enredo com maestria e não esperei um final diferente. Amei!
A nova edição está incrível
A repaginada que Matilda ganhou da Record ficou lindíssima! A nova ilustração de capa foi feita por Isadora Zeferino, que também é responsável pelas ilustrações da folha de guarda (é aquela parte atrás da capa, pelo lado de dentro do livro). Adorei a “vibe” trazida pela ilustradora, pois, confesso, que a capa original não me é muito atrativa.
Os capítulos são curtinhos e levam frases como títulos – e não números. Essa é uma característica que há muitos anos não vejo nos livros. Acho bem interessante, pois nos instiga a ler e entender o que acontecerá nas próximas páginas.
O livro é narrado em terceira pessoa. Normalmente essa estrutura narrativa me distancia da história, mas não foi o caso. A sensação que eu tive era de que eu estava acompanhando tudo de pertinho, mas sem me envolver com os personagens.
Essa é uma história com muitos diálogos, o que deixa a leitura ainda mais fluida. Porém, senti falta de alguns travessões durante as falas. Não sei dizer se esse é um problema de impressão ou de revisão. Mas, é fato, que em alguns momentos fiquei um pouco perdida, pois achei que estava iniciando um novo parágrafo, mas era a fala de algum personagem. No entanto, não tirei nenhuma estrelinha da minha avaliação por isso. Amei tanto a história, que esse único “defeitinho” passou batido.
A Galera Record repaginou a capa e a contracapa, mas manteve as ilustrações originais de Quentin Blake na parte interior do livro. São desenhos em preto e branco, bem rabiscados e com personagens caricatos. Combina bastante com a história e me envolvi mais ainda ao ler os capítulos e associar o que estava lendo às imagens.
Roald Dhal: o autor e as polêmicas
Nascido em 1916, no País de Gales, é filho de noruegueses, e se tornou conhecido em 1943 por publicar histórias infantis. Seu primeiro livro foi Os Gremlins, mas você, com certeza, já ouviu falar de outras obras do autor: A Fantástica Fábrica de Chocolates, A Convenção das Bruxas… Roald também escrevia contos macabros para adultos.
Sua trajetória acabou sendo marcada por falas polêmicas. Em 1983, em uma resenha sobre um livro de fotos que mostra a invasão israelita no Líbano em 1982, ele disse que essa invasão foi quando “nós todos começamos a odiar Israel” e também “Eu não sou antissemita. Sou anti-Israel.”.
Em 1984 em uma entrevista, também falou: “Há um traço no caráter judaico que de fato provoca animosidade… Quer dizer, tem sempre uma razão para anti-qualquer coisa aflorar em qualquer lugar; até um fedido como Hitler não implicava com eles simplesmente sem motivo”.
Em 2020 – mais de 30 anos depois de seu falecimento, a família pediu desculpas pelas antissemitas feitas pelo autor. Segundo o jornal Gaúcha ZH:
Em uma discreta declaração enviada para o site oficial da Roald Dahl Story, a família e a empresa do escritor apresentam “suas sinceras desculpas pelas feridas duradouras e incompreensíveis causadas por algumas das declarações de Roald Dahl”, famoso sobretudo por suas histórias infantis, embora o galês tenha trabalhado em vários gêneros.
“Esses preconceitos são incompreensíveis e para nós contrastam com o homem que conhecemos e os valores que estão no cerne das histórias de Roald Dahl”, acrescentam em uma passagem do texto.
Infelizmente, esse é mais um caso em que precisamos separar a obra do autor. As histórias de Roald Dahl deixam um legado excepcional, mas não podemos passar pano para suas falas racistas e antissemitas.
Agora eu quero saber de você, Guy: já leu Matilda? Ficou curioso para conhecer essa história?
Comenta aqui embaixo! Quero saber a tua opinião!
Um super beijo e até a próxima! 🥰